“Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”, já diz o ditado popular. E se for alentejano, ainda maior é a zanga.
No Alentejo temos a honra e a sorte de ter o melhor pão de Portugal, para não dizer do mundo.
Falar de Pão Alentejano é falar de algo maior que nós. É falar de um marco da gastronomia portuguesa. É falar da identidade de uma região.
Todos reconhecemos as características do pão alentejano: a côdea rija e baça, o miolo compacto, o seu famoso aspeto, a quem alguns chamam de “Pão de Cabeça”.
O travo ácido: O pão alentejano tem um ligeiro travo ácido. O pão alentejano usa tipicamente “massa velha” como crescente e é em parte esta massa velha que lhe dá o sabor ácido.
No Évora Hotel, o pão Alentejano é “pau para toda a obra”. Ao pequeno almoço é fatiado e servido em talegos; ao almoço surge de várias maneiras, seja na açorda ou mesmo nas migas. Para acompanhar a refeição, não há nada que chegue ao pão.
Diria mesmo que o pão é um elemento sempre presente, mas muitas vezes por detrás doutros sabores que se destacam numa boa refeição. Não nos lembramos dele porque está lá, mas a sua falta destrói um bom repasto. É o sal da vida, a alma da refeição, a sua presença é indispensável.
Se ainda nos alongarmos até às sobremesas, ainda encontramos o pão na Sopa Dourada ou mesmo nas famosas rabanadas, também conhecidas por “fatias douradas”.
Como poderemos não exaltar o pão? “Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”, a sapiência popular é que tem razão.